Análise Crítica da "Carta da
Terra"
Débora Barros Andrade
A “Carta da Terra”
é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção de uma
sociedade global justa, sustentável e pacífica.
A versão final da Carta foi aprovada pela Comissão na reunião celebrada
na sede da UNESCO, em Paris, em março de 2000, depois de 8 anos de discussões
em todos os continentes, envolvendo 46 paises e mais de cem mil pessoas, desde
escolas primárias, esquimós, indígenas da Austrália, do Canadá e do Brasil, entidades
da sociedade civil, até grandes centros de pesquisa, universidades e empresas .
Ela busca inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global
e responsabilidade compartilhada voltado para o bem-estar de toda a família
humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações,objetivando proteção ecológica, erradicação da pobreza,
desenvolvimento econômico equitativo, respeito aos direitos humanos, democracia
e paz.
A carta foi
escrita com o intuito de inspirar todos os povos no bem-estar de todos os seres
vivos e suas futuras gerações.
É notorio afirmar
que esse documento, nada mais é que um chamado à toda comunidade para agirmos
,nos sensibizarmos,nos conscientizarmos de que tudo que tirarmos da natureza
,voltará para nós mesmos como algo negativo,considerando que seus recursos são
finitos e com a rapidez com que temos consumido ,só acarretará mais problemas
num futuro próximo.
No momento que
vivemos nossos recursos naturais estão cada vez mais escassos ,mesmo assim o
ser humano só pensa em consumir cada vez mais.Os estilos de vida adotados hoje,
que prezam pelo consumismo exagerado e o crescimento populacional estão levando
a Terra a uma escassez de recursos e extinção de espécies. Os benefícios do desenvolvimento não estão
sendo compartilhados com todos e as desigualdades estão aumentando a cada dia.
Mas para evitar isso temos duas escolhas: ou nos unimos para cuidarmos uns dos
outros, o que inclui uma mudança significativa em nossos hábitos; ou então
continuamos da forma como estamos e arcamos com as consequências. Temos conhecimento e tecnologia para
abastecer a todos, minimizando os impactos causados ao meio ambiente. Temos
desafios em todos os setores, mas para vencê-los é necessário que tenhamos uma
responsabilidade universal, onde cada um compartilha da responsabilidade pelo
presente e pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todo o mundo dos
seres vivos. Para tanto, foi organizado um conjunto de princípios ( quatro
grandes principios e dezesseis propostas) que visam um modo de vida
sustentável.
PRINCÍPIOS
I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA
1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão,
compaixão e amor.
3. Construir sociedades democráticas que sejam justas,
participativas, sustentáveis e pacíficas.
4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as
atuais e as futuras gerações
II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA
5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas
ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e
pelos processos naturais que sustentam a vida.
6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de
proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura
de precaução.
7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução
que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o
bem-estar comunitário.
8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e
promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido.
III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA
9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético,
social e ambiental.
10. Garantir que as atividades e instituições
econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma
equitativa e sustentável
11. Afirmar a igualdade e a eqüidade de gênero como
pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso
universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.
12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas
as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade
humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção
aos direitos dos povos indígenas e minorias.
IV. DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ
13. Fortalecer as instituições democráticas em todos
os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício
do governo, participação inclusiva na tomada de decisões, e acesso à justiça.
14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao
longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo
de vida sustentável.
15. Tratar todos os seres vivos com respeito e
consideração.
16. Promover uma cultura de tolerância, não violência
e paz.
Em suma com esses
princípios propostos pela Carta da Terra poderemos buscar um novo começo. Mas para alcançar esses objetivos é
necessário uma mudança de corpo e alma. Todos tem um importante papel a
cumprir. É indispensável também a participação de todas as nações do mundo em
um compromisso com as Nações Unidas, cumprindo com suas obrigações, respeitando
os acordos internacionais existentes e apoiando a implementação dos princípios
da Carta da Terra com um instrumento internacional legalmente unificador quanto
ao ambiente e ao desenvolvimento. Dessa
forma, é preciso agirmos com serenidade e consciência para tentarmos amenizar
os problemas e salvar nosso planeta que é fundamental para a conservação da
raça humana. Uma consciência planetária é questão de sobrevivência da
humanidade,precisa-se estar atento e sensível a essa questão que envolve a
todos.
Cuidar do meio
ambiente inicia em nossa primeira casa,nosso corpo e nossa mente!!!
Fonte:
Carta da Terra
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