sábado, 21 de julho de 2018

EDUCAÇÃO AMBIENTAL : Conceito e Processo Histórico.


EDUCAÇÃO AMBIENTAL

1.  CONCEITO
A Educação Ambiental segundo Carvalho (2006, p. 71), “é considerada inicialmente como uma preocupação dos movimentos ecológicos com a prática de conscientização, que seja capaz de chamar a atenção para a má distribuição do acesso aos recursos Naturais, assim como ao seu esgotamento, e envolver os cidadãos em ações sociais ambientalmente apropriadas”.
O tema Educação Ambiental é muito discutido atualmente porque a sociedade sabe da necessidade de uma melhoria do mundo em que vivemos, pois é facilmente notado que estamos regredindo cada vez mais em nossa qualidade de vida de um modo geral, nos deixando levar por nossas obrigações diárias. Nosso tempo nos parece cada vez mais curto porque temos cada vez mais compromissos (Guedes, 2006).
            Recentemente é possível observar uma melhora na conscientização de todos, principalmente dos órgãos públicos com a fiscalização para a diminuição de poluentes emitidos, pois com o crescimento da população mundial, aumenta também o número de poluidores caso não sejam orientados da maneira certa. (Yus, 2002).
            Conforme destacam os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (Brasil, 1997a, p. 25):
 [...] Eleger a cidadania como eixo vertebrado da educação escolar implica colocar-se explicitamente contra valores e práticas sociais que desrespeitem aqueles princípios, comprometendo-se com as perspectivas e as decisões que os favoreçam. Isto refere-se a valores, mas também a conhecimentos que permitam desenvolver as capacidades necessárias para a participação social efetiva. Uma pergunta deve ser então respondida: as áreas convencionais classicamente ministradas pela escola, como Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História e Geografia, não são suficientes para alcançar esse fim? A resposta é negativa.

           
A questão central está relacionada à complexidade do que se entende por transversalidade e como se dá tal procedimento. Campiani (2001, p. 52) afirma que ainda é pouco clara a definição do conceito de transversalidade, suas implantações nas práticas pedagógicas precisam ser elucidadas.
Seguindo o pensamento de Campiani (2001), para acontecer a capacitação das pessoas envolvidas como os professores, devem ser incorporados conceitos e metodologias novas que sejam de encontro com a realidade, transformando-os em críticos atuantes diante das situações socioambientais, influenciando nas mudanças de atitudes dos aprendizes. O poder público através do MEC, de Secretarias de Educação através de capacitações, e o ensino dos cidadãos por meio do exercício da cidadania, deve ser constante.
Na prática pedagógica é necessário que sejam eliminadas as barreiras entre as disciplinas, como também as que existe entre os profissionais da educação, para que aconteça a transversalidade.
            A parte pedagógica no geral, todas as disciplinas tem que trabalhar juntas, pois é uns dos instrumentos essenciais a ser usado, como ponto emergencial, pois a conduta inadequada do ser humano é uns dos motivos de desequilíbrios ecológicos, impulsionadas por apelos consumistas, seguindo o pensamento da sociedade capitalista, gerando desperdício, e ao uso descontrolado dos bens da natureza, a saber, os solos, as águas e as florestas (Carvalho, 2006).
Acreditando na possibilidade de mudança de condutas e valores no intuito de formar pessoas através da disseminação de suas convicções, a transformando em cidadãos que trabalharão por uma nova maneira de relacionar-se com o mundo e seus recursos Naturais e também com as outras pessoas (Schike, 1986).  Sendo assim, enfrentamos um momento de mudança de paradigma com relação à concepção de uso de recursos Naturais e convivência com o meio ambiente. A crise que vivenciamos pode ser considerada como uma crise de valores, o que tem gerado problemas sociais e ambientais das mais variadas proporções (Santos; Faria, 2004).
1.1 HISTORIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL


O homem ouviu falar na destruição da fauna e da flora, poluição do ar pelas queimadas, poluição do solo, excesso de matéria orgânica e erosão, desde há dez mil anos antes de Cristo, pois a revolução agrícola já provocava impactos na natureza, desde que o homem começou a utilizar os recursos da natureza além do essencial. (Dias, 2004).
Segundo Braick (2007, p. 85), a sociedade europeia, no final do século XVII, passou por várias transformações. Surge, assim, o Iluminismo, que tinha como ideias básicas a liberdade e o progresso. Esse conjunto de ideias contraria uma classe em ascensão: a burguesia, que sai vencedora ao derrotar o mercantilismo, o estado absolutista e solidifica uma nova ordem: o capitalismo. Com a Revolução Industrial, a principal marca do capitalismo, que veio modificar o sistema de produção com a ideia de aumento do lucro, promoveu também o aumento da poluição do ar, dos rios, do solo, sendo o ponto de partida para toda a problemática vivenciada nos dias de hoje.
Segundo Carvalho (2006) a Educação Ambiental é concebida inicialmente como preocupação dos movimentos ecológicos com a prática de conscientização capaz de chamar a atenção para a finitude e má distribuição do acesso aos recursos naturais e envolver os cidadãos em ações sociais ambientalmente apropriadas.
O encontro de Belgrado, em 1975, reuniu especialistas de 65 países e gerando a Carta de Belgrado, objetivando uma nova ética planetária para a erradicação da pobreza, analfabetismo, fome, poluição, exploração e dominação humana e sugeriu também a criação de um Programa Mundial de Educação Ambiental. Pedrini, (1997).
Uma das conferências mais marcantes da história do EA foi a Conferencia de Tbilisi em 1977, em sua declaração constam os objetivos, funções, estratégias, características, princípios e recomendações para o Educação Ambiental. No decorrer dos anos foram realizados diversos eventos ligados a Educação Ambiental como a Conferencia de Moscou, a Conferencia do Rio de Janeiro, cujo surgiram tratados importantes e vigentes até os dias atuais.
Mas é principalmente nas décadas de 80 e 90, com o avanço da consciência ambiental, a educação ambiental cresce e se torna mais conhecida. (Carvalho, 2006). 
Ao longo dos três últimos séculos, o malefício que o capitalismo trouxe para o meio ambiente era justificado pela possibilidade do progresso humano. As novas tecnologias permitiram avanços em várias áreas. No entanto, a partir da década de 1960, esse progresso começou a ser questionado (Braick, 2007).
De acordo com Leff (2006, p. 62):
 A problemática ambiental não é ideologicamente neutra nem é alheia a interesses econômicos e sociais. Sua gênese dá-se num processo histórico dominado pela expansão do modo de produção capitalista, pelos padrões tecnológicos gerados por uma racionalidade econômica a curto prazo, numa ordem econômica mundial marcada pela desigualdade entre nações e classes sociais. Este processo gerou, assim, efeitos econômicos, ecológicos e culturais desiguais sobre diferentes regiões, populações, classes e grupos sociais, bem como perspectivas diferenciadas de análises.


           

         Em 1965, na Inglaterra, durante a Conferência de Educação da Universidade de Keele, falou-se pela primeira vez em Educação Ambiental, sendo a principal discussão a que está deveria ser a educação para a sociedade, construindo em todas as pessoas a consciência crítica para a solução dos problemas catastróficos que ocorriam já naquela época. Para Dias (2004, p. 78), os participantes do evento ainda definiam Educação Ambiental como: “Conservação ou ecologia aplicada, e o veículo seria a Biologia”. Nesse mesmo ano, Albert Schweitzer, um dos lutadores pela ética ambiental, foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz.
O Conselho para Educação Ambiental, foi criado em três anos mais tarde, em 1968, no qual mais de cinquenta organizações participaram, com temas relevantes relacionados à educação e ao meio ambiente. Além disso, pelo menos mais seis países europeus (Dinamarca, Finlândia, França, Islândia, Noruega e Suécia) discutiram a respeito da iniciação da educação ambiental no currículo escolar (Guimarães, 1995).
No plano internacional, a educação ambiental começa a ser objeto de discussão das políticas públicas, Em 1972, em Estocolmo na Suécia, aconteceu à primeira Conferência Mundial das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, que adotou, mediante a Declaração de Estocolmo, um conjunto de princípios para o manejo ecologicamente racional do meio ambiente, reuniram vários países inclusive o Brasil para discutirem o tema Meio Ambiente Humano, pois passaram a se preocupar com o crescimento desordenado de cidades, bem como, a poluição dos bens globais água, ar e oceanos e o bem estar dos povos de todo o mundo.
 Em Estocolmo, foi lançado um desafio, sendo necessário um esforço internacional para ser definido o conceito da Educaçao Ambiental, sendo realizado em encontros sub-regionais, regionais, nacionais e internacionais sucessivos, gerando documentos que estabeleceriam seus objetivos, princípios, finalidades e recomendações (Dias, 2004).
“O Plano de Ação da Conferência de Estocolmo recomendou a capacitação de professores e o desenvolvimento de novos métodos e recurso instrucionais para a Educação Ambiental”. (Pedrini, 1997).
A Educação Ambiental efetivou-se como uma preocupação no âmbito da educação formal há mais ou menos duas décadas. A emergência da crise ambiental como uma preocupação específica da educação foi precedida de uma certa “ecologização sociedades”. Worster apud Grun (2004) aponta como marco simbólico do início da ecologização das sociedades ocidentais o ano de 1945, pois a partir de 06 de agosto de 1945 o mundo não seria mais o mesmo. As bombas atômicas eram jogadas sobre as populações civis de Hiroshima e Nagasaki e o Homo Sapiens, essa espécie tardia surgida há pouco mais de um milhão e meio de anos, havia conquistado o poder de destruição total de si próprio e de todas as demais espécies sobre a face da terra. Os seres humanos adquirem, então, a autoconsciência da possibilidade de destruição completa do Planeta. A bomba plantava as primeiras sementes do ambientalismo contemporâneo e entrava-se na idade “ecológica”.
Na Conferência Mundial do Meio Ambiente em Estocolmo, na Suécia, onde o grande tema em discussão foi a poluição ocasionada principalmente pelas indústrias. O Brasil e a Índia, que viviam na época “milagres econômicos”, defenderam a idéia de que “a poluição é o preço que se paga pelo progresso”. Segundo o mestre Reigota (2004) a delegação brasileira chegou a afirmar que o Brasil não se importaria em pagar o preço da degradação ambiental, desde que o resultado fosse o aumento do seu Produto Interno Bruto.
Com essa posição oficial, Brasil e Índia abriram as portas para a instalação de indústrias multinacionais poluidoras, impedidas ou com dificuldades de continuarem operando nas mesmas condições que operavam em seus respectivos países. O Brasil, assim como a Índia, sofreria graves consequências. O exemplo clássico é Cubatão, onde, devido à grande concentração de poluição química, crianças nascem acéfalas.
Na Conferência de Estocolmo o objetivo estabelecer uma visão global e princípios comuns que servissem de inspiração e orientação à humanidade para preservação e melhoria do ambiente humano e a Educação Ambiental ganha o status de assunto oficial e uma resolução importante foi a de que se deve educar o cidadão para a solução dos problemas ambientais. Pode-se considerar que aí surge o que se convencionou chamar de Educação Ambiental. Segundo a Conferência de Estocolmo, a Educação Ambiental tem uma importância estratégica na busca pela qualidade de vida.
Em Tibilisi, na Geórgia (ex-URSS), em 1977, realizou-se o primeiro Congresso
Mundial de Educação Ambiental, que se constituiu num marco histórico para a evolução da Educação Ambiental e tem sido apontada como um dos eventos decisivos nos rumos que a Educação Ambiental vem tomando em vários países do mundo, inclusive no Brasil. Tratava-se de referência internacional para o desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental, visto que as orientações da Conferência de Tibilisi reunidas no “livro azul”, como ficou conhecida a publicação, representa importante fonte de consultas para subsidiar as pessoas envolvidas em Educação Ambiental.
Nos vinte anos que separam as conferências mundiais de Estocolmo e do Rio de janeiro, houve uma considerável mudança na concepção de meio ambiente. Na primeira pensava-se basicamente na relação homem e natureza; na segunda, o enfoque é pautado pela ideia de desenvolvimento econômico. Tomou-se consciência de que a natureza desconhece fronteiras, de que o meio ambiente é um bem que pertence a todos os povos de todos os tempos. Um impacto ambiental pode ser praticado em um determinado lugar e repercutir em outra região, em tempo futuro, uma vez que os fenômenos naturais desconhecem fronteiras temporais, territoriais e políticas.
A Conferência do Rio, Rio 92 ou ECO 92, como ficou conhecida a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, foi um marco divisor na história do Direito Ambiental, por popularizar conhecimentos. O termo desenvolvimento sustentável, além de esclarecido seu significado, tornou claro que o desenvolvimento econômico das atuais gerações deve acontecer de forma que não venha a prejudicar as gerações futuras.
A evolução do conceito de Educação Ambiental foi agregando a cada encontro, na Rio-92, ela já foi definida como uma educação crítica da realidade, cujos objetivos são: fortalecimento da cidadania para a população como um todo, e não para um grupo restrito, concretizando-se pela possibilidade de cada pessoa ser portadora de direitos e deveres e de se converter, portanto, em ator corresponsável na defesa da qualidade de vida; estabelecer uma educação que seja crítica e inovadora, em dois níveis: formal (na escola) e não formal (fora da escola).  (Dias, 2004).
Seguindo assim, a ideia de Carvalho (2006), a educação ambiental deve ser acima de tudo um ato político voltado para a transformação social, capaz de transformar valores e atitudes, construindo novos hábitos e conhecimentos, defendendo uma nova ética, que sensibiliza e conscientiza na formação da relação integrada do ser humano, da sociedade e da natureza, aspirando ao equilíbrio local e global, como forma de melhorar a qualidade de todos os níveis de vida.
Uma economia sustentável pode continuar a se desenvolver, mas com algumas adaptações e através de melhorias no conhecimento, na organização, na eficiência técnica e na sabedoria, pois o desenvolvimento não pode ser feito a qualquer preço e, muito menos, comprometendo o espaço e os recursos das cidades e dos campos.
 Em 2002, é realizado em Johanesburgo (África do Sul) o Encontro Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável para avaliar as metas atingidas após a Rio-92. Esse evento ficou conhecido como Rio+10. Representantes dos países pobres e ricos estiveram presentes à Conferência, a fim de discutirem sobre questões importantes para o futuro do planeta. Para Sato (2002), os resultados foram desanimadores; pouco se avançou em relação aos objetivos traçados no Rio de Janeiro. Depois de duas semanas de negociações, a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+10) terminou sem plano algum para salvar o planeta e com acordos tidos por ONG’s como "vergonhosos".
[...] Se há dez anos atrás tínhamos um capítulo somente para a educação (capítulo 36) e transversalizada em todos os demais, hoje ela aparece timidamente em alguns itens relacionados com a dimensão social. Aliás, observaríamos que a palavra “educação” a quinta mais citada na agenda 21, tem pouca ressonância no interior dos debates atuais, vindo pasteurizada nas proposições das novas agendas, da proteção dos sistemas Naturais, da informação ambiental, da prosperidade, das políticas ecológicas e da equidade social (SATO, 2002). Enquanto os chefes de Estado presentes à cúpula pediam em seus discursos metas e prazos para a implementação da Agenda 21, seus negociadores produziam um plano de ação sugerindo justamente o contrário: não assumir compromissos muito definidos a longo prazo (Carvalho, 2006).

É de extrema importância que os cidadãos do mundo insistam para que se tomem medidas de apoio a um tipo de crescimento econômico que não tenha repercussões nocivas sobre a população, que não deteriore de nenhum modo seu meio nem as suas condições de vida. A Educação Ambiental é o instrumento principal no sentido de atingir o objetivo maior, que é a sustentabilidade, e passa a ser vista não mais como um fim em si mesma, mas um meio para se atingir o desenvolvimento sustentável em todos os setores de atividades, e o importante é que a preocupação da sociedade com os direitos civis, políticos e sociais, a busca por qualidade de vida, bem-estar social e respeito aos limites dos recursos naturais existentes, vem crescendo com os anos.



Referência bibliográfica.
ANDRADE, Débora Barros. A Educação Ambiental na Instituição de Ensino Público. Dissertação do Mestrado (Dissertação em Educação) – UNISAL. Asunción-Paraguai. 2015.



quarta-feira, 18 de julho de 2018

Desvelando Ourolândia -Bahia

                                        Um pouco da história de Ourolândia Bahia
Pesquisa em Ação......

Aspectos Históricos
Município criado em 1989, segundo a Lei de Criação do Município de Ourolândia Nº50/17 de 13/06/1989, foi desmembrado de Jacobina, cuja história decorreu da chegada de bandeirantes à procura de minas de ouro na região em princípio do século XVII. Tendo como primeiro as habitantes as famílias, Casemiro, Aurora e Dias Gama, estes primeiros moradores começaram a plantar Cana-de-açúcar para sobreviver, esta Cana era moída no engenho daí estes moradores resolveram batizar de fazenda Engenho Velho
Posteriormente foi criado, através do processo PL-6202\85, e sua emancipação política, registrou-se mediante a promulgação da Lei Estadual Nº 50/17 de 13 de Junho de 1989, publicada no Diário Oficial do Estado em 14.06.89. Em razão de existir outra cidade na Bahia o nome foi mudado de Ouro Branco para Ourolândia, tendo como prefeito na época Antonio Araújo.
Para retratar o civismo e o amor a sua terra natal foi escrito o Hino de Ourolândia que teve como autor Pedro Edson de Souza, e composição de Ubirajara Santos. O arranjo musical é de Francisco oliveira e Produção de Geraldo Oliveira de Souza. Em sua letra o Hino retrata o amor a terra, o vigor do seu povo forte e trabalhador, as riquezas do solo e as belezas naturais desta terra abençoada.
Hino da Cidade de Ourolândia
Autoria: Pedro Edson de Souza
Composição: Ubirajara Santos
Arranjo: Francisco Oliveira
Produção: Geraldo Oliveira de Souza

Ourolândia querida nós te amamos
Com toda força do nosso coração.
O teu povo é forte e trabalhador.
O teu solo é fértil e abençoado
O rei sol te cobre de luz e calor.
Todo teu esplendor Ourolândia.
Vem das mãos do criador
Teus belos e verdes campos
Sob um lindo céu de anil
Representas a beleza e a força do sertão.
És a joia do Brasil
O teu nome é uma eterna e constante
Estrela brilhante em nosso pensamento.
Tão profunda quanto o poço verde
É a tua lembrança a cada momento
O teu futuro é claro e radiante
Tens pujança e glória
Teu nome página feliz na história
No seio do nosso formoso sertão

Histórico das Administrações Públicas em Ourolândia – Bahia.
A administração pública vem ao longo dos anos tornando-se cada vez mais visível com as mudanças ocorridas nas legislações de modo geral. Após a Lei de responsabilidade fiscal grandes mudanças ocorreram nas administrações públicas levando os gestores a trilharem caminhos voltados para uma política de governo pautada nos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e da eficiência. Estes princípios estão contidos na Constituição  Federal no seu Art. 37.
Em Ourolândia após sua emancipação política, seguiram-se as administrações com seus respectivos gestores:
 1989 a 1992 – Mandato correspondente ao gestor Sr. Antônio Araújo de
Souza. Vice: Lialdino Barbosa;
Legisladores: Leonidas, Alvenito Barbosa, Juvenal Romão,José
Francisco, Idorlando, MauraFelix, Filomeno Bezerra, Eliud Melo Aurino,
Francisco José, Aécio Rego.
 1993 a 1996 – Mandato correspondente ao gestor Sr. Adinael Freire da
Silva.
 1997 a 2000 – Mandato correspondente ao gestor Sr. Eliud Freire de
Melo.
 2001 a 2004 – Mandato correspondente ao gestor Sr. Adinael Freire da
Silva.
 2005 a 2008 – Mandato correspondente ao gestor Sr. Antônio Araújo de
Souza.
 2008 a novembro de 2010 – Mandato correspondente ao gestor Sr.
Antônio Araújo de Souza.
 2009 a novembro de 2010 – Mandato correspondente ao gestor Sr.
Antônio Araújo de Souza.
 Novembro de 2010 a dezembro de 2010 – Mandato correspondente ao
gestor Sr. Petrucio de Souza Matos (Presidente da Câmara Municipal).
 De Janeiro a Outubro de 2011 – Mandato correspondente ao gestor Sr.
Cícero Gomes de Oliveira (Presidente da Câmara Municipal).
 Outubro de 2011 a dezembro de 2012 – Mandato Suplementar
correspondente a gestora Srª Yhonara Rocha de Almeida Freire.
 2013 a 2016 – Mandato correspondente a gestora Srª Yhonara Rocha
de Almeida Freire.
   2017-2020- Mandato correspondente ao gestor João Dantas de Carvalho
  Aspectos Geográficos
O município de Ourolândia está localizado na mesorregião denominada Centro Norte Baiano, na microrregião de Jacobina e ocupa uma área de 1.489,243km², distribuída entre 2 Distritos e 21 comunidades rurais (povoados). Localizase a 416 km de distância da Capital, Salvador. O Município está localizado na região de planejamento do Piemonte da Diamantina do Estado da Bahia, limitando-se a leste com o Município de Jacobina, a sul com Várzea Nova e Morro do Chapéu, a oeste com Sento Sé e Umburanas, e a norte com Mirangaba. (Fonte: cprm.gov.br )
Como chegar a Ourolândia partindo de Salvador? Partindo pela BR-324 sentido Feira de Santana, continuar seguindo pela mesma BR, passando por Tanquinho de Feira, Riachão do Jacuípe, Capim Grosso e Jacobina, daí segue pela BA-368 por mais 77 km até a localidade.
Pertence ao Território de Identidade Piemonte da Diamantina composto pelos municípios de: Caem, Capim Grosso, Jacobina, Mirangaba, Ourolândia, Saúde, Serrolândia, Umburanas, Várzea Nova, Miguel Calmon.
Com clima semiárido a seco tem sinais do clima Tropical Chuvoso com Estação Seca, com altos riscos de ter prolongados períodos de estiagem, o município faz parte do “Polígono das Secas”. Possui uma temperatura média anual de 30,1°, concentrando os períodos chuvosos entre os meses de  novembro a janeiro, apresentando uma pluviosidade média anual entre 400 mm a 600 mm. Em Ourolândia o clima prevalecente é conhecido com um clima de estepe local. Ao longo do ano existe pouca pluviosidade em Ourolândia. De acordo com a Köppen e Geiger o clima é classificado como O Município de Ourolândia é constituído essencialmente por rochas sedimentares representantes das formações Morro do Chapéu e Salitre.
Coberturas quaternárias ocorrem em uma área extensa na porção central e oriental do município, sendo constituídas por areia com níveis de argila e cascalho e crosta laterítica, brecha calcífera e calcrete, além de coberturas residuais do tipo areia argilosa e argila.
A formação Morro do Chapéu é caracterizada da base para o topo, pela ocorrência de conglomerado, arenito conglomerático e quartzo arenito; arenito fino a médio, em parte feldspático, além de arenito feldspático com níveis milimétricos de pelito. A formação Salitre sobreposta é caracterizada pela presença de calcilutito, calcarenito e tapetes algais, sotoposto a calcilutito e calcarenito com níveis de silexito, dolomito, arenito e pelito. Predominam solos dos tipos latossolos e cambissolos eutróficos. Localmente são identificados neossolos
Registram-se ainda relevo com extensas zonas de chapadões, baixadas e esparsa drenagem, representada, principalmente, pelos rios Jacaré e Salitre.
Tem em seu relevo elevações típicas de planalto com altitudes altitude não ultrapassa os 200 metros. Sendo constituída por altiplanos e serras da cadeia do Espinhaço, escarpas, ombreiras, cristas e serra residual, além de vertentes esplanadas.
O uso intensivo e indiscriminado dos solos, nas regiões semi-áridas de Ourolândia, normalmente provoca degradações adicionais, com a eliminação da camada produtiva, tornando-os incapazes de sustentar a vida. É o que atualmente é chamado de desertificação. No geral, as causas mais comuns de degradações observadas são o uso do fogo, o desmatamento, o uso de fertilizantes e produtos químicos.
Sua vegetação principal é do tipo caatinga arbórea aberta ou densa, com ou sem palmeiras, e poucos terrenos contendo contato caatinga-floresta estacional. Constituída ainda de: São João; quebra facão, birro, umburana, barriguda, imbuzeiro, pau de rato, imbuzeiro, cassutinga, jurema, unha de gato, angico, baraúna e etc. As ocorrências minerais existentes são mármore, manganês, cromo, pedra para construção, calcita e cristal de rocha.
Quanto à hidrografia, o município é banhado pela bacia hidrográfica do Rio Salitre, também conhecido pela população do município como Rio Veredas. O rio localiza-se em um pedaço da região norte da Bahia, passando a existir na localidade conhecida como “Boca da Madeira”, em plena Chapada Diamantina(norte), no município de Morro do Chapéu - BA, desaguando no Rio São Francisco (Velho Chico) na comunidade de Campos dos Cavalos, município de Juazeiro-BA.
O problema de insuficiência de água no Salitre se fixa no contexto extenso da gestão dos recursos hídricos da Bacia do Rio Salitre. Essa área engloba parte dos municípios de Campo Formoso, Jacobina, Juazeiro, Miguel Calmon, Mirangaba, Morro do Chapéu, Ourolândia, Umburanas e Várzea Nova, abrangendo uma área de 1.346.793 hectares.O rio que era Perene na região de Ourolândia, morreu devido a quantidade de água armazenada em sua barragem, que atualmente extima-se em 4 milhões de m³.
 Fotos da pesquisadora Débora Barros:  Fotos da 1ª a 5ª, Rio Salitre, Poço Verde e Toca dos Ossos
 08/07/2018






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Assim como acontece nas demais cidades do Piemonte da Chapada Diamantina, os moradores de Ourolândia têm consciência das belezas naturais da região e recebem com simpatia os turistas adeptos do ecoturismo. Atrativo natural é o que não falta, a começar pela Pingadeira, um ponto de banho sem igual que fica a 6 km da sede do município. Suas águas mornas fazem o turista  relaxar e esquecer o tempo.
É na Chapada Diamantina onde o ecoturismo mais se destaca. A geografia da região, a abundância de rios, cachoeiras, corredeiras, serras, grutas e o clima místico que a cerca contribuem para torná-la uma das áreas mais apropriadas do país para a atividade. Para conhecer os encantos da Chapada Diamantina, é indispensável percorrer as trilhas, por onde se pode desfrutar de autênticos paraísos ecológicos, ricos em flora e fauna.
O cenário montanhoso da região abriga uma extraordinária variedade de ecossistemas onde bromélias e orquídeas escondem-se à sombra de aroeiras e umburanas, enquanto as sempre-vivas florescem nos campos dos gerais, em ambiente privilegiado, adaptando-se às diferenças de clima, altitude e solo. Nas áreas elevadas, de clima semiúmido, predomina o cerrado, mais conhecido como “gerais” e nas encostas e superfícies arrasadas, áreas mais baixas e de clima mais árido, a caatinga.
Com mais de 50 tipos de orquídeas, bromélias e trepadeiras que, de abril a agosto, embelezam os cenários, enquanto os ipês florescem em setembro e as quaresmeiras no período da Semana Santa, a Chapada Diamantina fica florida durante o ano inteiro. A região possui também muitas plantas usadas para fins medicinais. Da fauna, as aves são os animais que mais chamam atenção na Chapada Diamantina, pois, além de serem bastante coloridas e emitirem sons chamativos, estão, em sua maioria, ativas durante o dia e muitas delas são fáceis de serem visualizadas. Foram registradas mais de 150 espécies de aves. Muitas destas ocorrem em várias outras regiões do Brasil, como as  garças, anuns, bem-te-vis, beija-flores, papa-capins, enquanto outras espécies são típicas do nordeste brasileiro como o cardeal e o bico-virado-da-caatinga.
A maria-preta e o bico-de-veludo são duas aves bastante comuns nos campos rupestres. Mas, os beija-flores chamam mais a atenção: o beija-flor-gravatinha vermelha, que é endêmico da Chapada Diamantina e tem sido observado apenas em áreas com altitude superior a 1000 m; o beija-flor-vermelho, o beijaflor-de-rabo-branco e outros. Outra presença marcante nos cerrados é a pernalta seriema. O carcará e o chima-chima são aves rapineiras fáceis de serem vistas.
Nas áreas de mata, onde a vegetação é mais densa, é mais fácil detectar a presença das aves pelos seus sons do que vê-las diretamente. É o caso de aves como a surrucuá, alma-de-gato, japu, escarradeira, sanhaços e várias outras. Uma das espécies de aves mais característica e fácil de ser vista na caatinga da Chapada Diamantina é o periquito-vaqueiro ou suiá. Outra ave sempre presente é a picuí, uma pequena pombinha de coloração cinza claro, que sempre é vista aos pares no solo, procurando pequenas sementes para se alimentar. Entre os animais encontrados na rica fauna da região estão: tamanduá bandeira, tatu canastra, mico, macaco prego, gato selvagem, capivara, quati, luís caixeiro (porco-espinho ou ouriço caixeiro), cutia, paca, onça-pintada, arara, curió e inúmeros tipos de répteis. As serras, em determinadas áreas, oferecem sustento a jaguatiricas, onças, mocós, veados, teiús e seriemas.
Algumas espécies estão ameaçadas de extinção, principalmente devido à caça.
Outro percurso muito interessante é a Toca dos Ossos, que dispõe de diversos km de cavernas e a cada metro andado uma nova descoberta. No local, situado a 5 km da sede, foi encontrado diversos fósseis de dinossauros que hoje estão expostos no Museu Nacional do Rio de Janeiro. No meio da caatinga, o turista pode encontrar ainda o Poço Verde, com suas águas transparentes, que guarda um grande mistério. Sua profundidade jamais foi alcançada pelo homem. O local já foi visitado por diversos canais de televisão e revistas.

 Fonte:
PREFEITURA MUNICIPAL DE OUROLÂNDIA.SECRETARIA DE EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTE.PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO,2015.





































domingo, 15 de julho de 2018

ANÁLISE DA CARTA DA TERRA


Análise Crítica da "Carta da Terra"
Débora Barros Andrade

A “Carta da Terra” é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica.  A versão final da Carta foi aprovada pela Comissão na reunião celebrada na sede da UNESCO, em Paris, em março de 2000, depois de 8 anos de discussões em todos os continentes, envolvendo 46 paises e mais de cem mil pessoas, desde escolas primárias, esquimós, indígenas da Austrália, do Canadá e do Brasil, entidades da sociedade civil, até grandes centros de pesquisa, universidades e empresas . Ela busca inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada voltado para o bem-estar de toda a família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações,objetivando  proteção ecológica, erradicação da pobreza, desenvolvimento econômico equitativo, respeito aos direitos humanos, democracia e paz.
A carta foi escrita com o intuito de inspirar todos os povos no bem-estar de todos os seres vivos e suas futuras gerações.
É notorio afirmar que esse documento, nada mais é que um chamado à toda comunidade para agirmos ,nos sensibizarmos,nos conscientizarmos de que tudo que tirarmos da natureza ,voltará para nós mesmos como algo negativo,considerando que seus recursos são finitos e com a rapidez com que temos consumido ,só acarretará mais problemas num futuro próximo.
No momento que vivemos nossos recursos naturais estão cada vez mais escassos ,mesmo assim o ser humano só pensa em consumir cada vez mais.Os estilos de vida adotados hoje, que prezam pelo consumismo exagerado e o crescimento populacional estão levando a Terra a uma escassez de recursos e extinção de espécies.  Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo compartilhados com todos e as desigualdades estão aumentando a cada dia. Mas para evitar isso temos duas escolhas: ou nos unimos para cuidarmos uns dos outros, o que inclui uma mudança significativa em nossos hábitos; ou então continuamos da forma como estamos e arcamos com as consequências.  Temos conhecimento e tecnologia para abastecer a todos, minimizando os impactos causados ao meio ambiente. Temos desafios em todos os setores, mas para vencê-los é necessário que tenhamos uma responsabilidade universal, onde cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. Para tanto, foi organizado um conjunto de princípios ( quatro grandes principios e dezesseis propostas) que visam um modo de vida sustentável.
PRINCÍPIOS
I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA
1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.
3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.
4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações

II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA
5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida.
6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.
7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido.

III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA
9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.
10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma equitativa e sustentável
11. Afirmar a igualdade e a eqüidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.
12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.

IV. DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ
13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões, e acesso à justiça.
14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.
15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.

Em suma com esses princípios propostos pela Carta da Terra poderemos buscar um novo começo.  Mas para alcançar esses objetivos é necessário uma mudança de corpo e alma. Todos tem um importante papel a cumprir. É indispensável também a participação de todas as nações do mundo em um compromisso com as Nações Unidas, cumprindo com suas obrigações, respeitando os acordos internacionais existentes e apoiando a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacional legalmente unificador quanto ao ambiente e ao desenvolvimento.  Dessa forma, é preciso agirmos com serenidade e consciência para tentarmos amenizar os problemas e salvar nosso planeta que é fundamental para a conservação da raça humana. Uma consciência planetária é questão de sobrevivência da humanidade,precisa-se estar atento e sensível a essa questão que envolve a todos.
Cuidar do meio ambiente inicia em nossa primeira casa,nosso corpo e  nossa mente!!!

Fonte:

Carta da Terra






sábado, 14 de julho de 2018

FORMAÇÃO DOCENTE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O CURRÍCULO COMO INSTRUMENTO FORMADOR PARA RESSIGNIFICAÇÃO DA PRÁTICA NOS ANOS INICIAS NA ESCOLA MUNICIPAL JOSÉ SIMPLÍCIO CERQUEIRA. OUROLÂNDIA NO ESTADO DA BAHIA-BRASIL 2018.


INICIANDO AS PESQUISAS  DO DOUTORADO
FORMAÇÃO DOCENTE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL:
DESVELANDO OUROLÂNDIA-BAHIA


                                          Foto 01: Barragem de Ourolândia/Rio Salitre
Crédito : Elton Marques
08 de julho de 2018
                                         Foto 02: Escola Municipal José Simplício Cerqueira,
                                         povoado do Aurora. Objeto de Pesquisa.
Crédito : Arthur Andrade
08 de julho de 2018

Foto 03: Poço Verde 
Crédito : Elton Marques 
08 de julho de 2018

A Educação Ambiental como instrumento de serviço do meio ambiente

A Educação Ambiental como instrumento de serviço do meio ambiente.

Para Reigota (2004), a EA deve ser entendida como “educação política, no sentido de que ela reivindica e prepara os cidadãos para exigir justiça social, cidadania nacional e planetária, autogestão e ética nas relações sociais e com a natureza”.
A problemática não está na quantidade de pessoas que existem no planeta e que necessitam consumir cada vez mais recursos naturais para sobreviver, em busca de alimentos, vestimentas e moradia, mas sim no excessivo consumo desses recursos por uma pequena parcela da humanidade e no desperdício e produção de artigos inúteis e nefastos à qualidade de vida. Assim, EA não se restringe meramente a trabalhar assuntos relacionados à natureza: lixo, preservação, paisagens naturais, animais, etc. Tem um caráter mais amplo, pois o compromisso é com uma construção de valores e comportamentos e que se propicie ao educando vislumbrar a verdadeira interação entre o ser humano e a natureza.
A conservação da biodiversidade não consiste apenas na proteção da vida silvestre e seus ecossistemas, ela garante a preservação de espécies animais e vegetais e dos recursos naturais, sendo as relações econômicas e culturais entre a humanidade e a natureza a prioridade.
Ela é mais ampla: trata da preservação das condições de vida do homem, por meio da manutenção dos sistemas naturais que sustentam a própria vida, o desenvolvimento sustentável, sendo uns dos caminhos para o desenvolvimento econômico sem extinguir a natureza.
A EA é o caminho correto de uma ligação entre o homem e a natureza, promovendo um vínculo saudável entre eles, a partir da visão respeitosa e democrática da importância de um para o outro, no contexto da vivência, valores e percepções sociais, culturais e econômicas de cada cidadão.
Para os Gregos, conforme Coura (2004), Educação era um processo de modelagem do indivíduo pela norma da comunidade. Na época helenística, a Educação era vista como o caminho para tornar o indivíduo independente e, até os nossos dias, a Educação tem-se restringido ao ensino de preceitos morais e à transmissão de conhecimentos e aptidões para o trabalho.
Educar vem do latim “educare”: conduzir de um estado a outro, modificar numa certa direção. Cultura vem do verbo latino “colere”, cultivar, criar, tomar conta, cuidar. A princípio, era entendida como aprimoramento da capacidade intelectual. Essa ideia de erudição tornava a cultura acessível apenas aos membros das classes nobres.
A partir do século XVIII cultura torna-se sinônimo de “civilização”, englobando as Obras, as invenções e os avanços tecnológicos. Mais tarde, o termo torna-se mais amplo: abrange as relações humanas e transforma-se num complexo de com conhecimentos: religiosos, artísticos, jurídicos, morais e de costumes perpetuados pelo homem, de conceito elitista, a noção passa a patrimônio cultural da humanidade.
Pela educação o indivíduo compreende a si mesmo, ao outro e ao mundo no qual está inserido. Isso lhe possibilita encontrar um sentido para a vida, ao invés de ver-se como objeto atirado ao vazio, ao nada.
Os problemas de ordens ambientais precisam urgentemente ser debatidos discutidos para tomada de possíveis soluções, se todos tornarem-se agentes ativos no processo escolar frente à educação global terá um mundo melhor. O manual do MEC “Consumo sustentável manual de educação” argumenta que:
A educação dos presentes e futuros cidadãos passa pelo fortalecimento da noção de que a solução dos problemas ambientais depende necessariamente do esforço compartilhado entre governos, setor produtivo e sociedade, atuando simultaneamente na esfera da produção e do consumo, em sua dimensão material e simbólica. Cada qual assumindo o compromisso ético de se reconhecer como parte do problema (mesmo que com pesos diferenciados) e, consequentemente, a responsabilidade pela construção de um modelo de desenvolvimento que seja sustentável, inclusivo, que enfrente as disparidades de renda, que crie oportunidades de acesso ao trabalho e promova a redução das assimetrias sociais provocadas por um modelo de desenvolvimento econômico que ainda nega oportunidades de consumo digno a um grande contingente de brasileiros ainda invisíveis para o mercado (Silva, Marina, & Genro, 2005, p. 07).
A população mundial e consequentemente a brasileira precisa urgentemente repensar a ação do consumo, observa-se uma geração de pessoas consumistas compulsivas, que acabam consumindo o que não precisam e o que não carecem, simplesmente por não conseguirem dizer não aos seus impulsos, a geração atual com a explosão tecnológica vivencia uma era do ter onde as crianças e adolescentes estão sendo criadas com a ausência do não, sem limites, sem saber o valor do ser. Essas atitudes preocupam, pois como vão cuidar de seu planeta sem saber o limite de suas ações.
Débora Barros Andrade
Doutoranda em Ciências da Educação pela Unisal
Mestra  em  Ciências da Educação pela Unisal
Bióloga com registro na classe CRBio08ª nº 105.263/08-D
Especialista em Educação Ambiental-Uniter/Ibpex.
Especialista em Docência do Ensino Superior -Uniaméricas-
Especialista em Gestão Escolar – Progestão-Bahia;
Técnica em Secretária Escolar / IFBA-Jacobina.
Licenciada em Biologia
Licenciando em Química
Professora do Ensino Fundamental II,  e Superior da  Rede Pública e Privada.
Orientadora de Trabalho de Conclusão de Curso-TCC
Supervisora de Estágio Supervisionado
Palestrante.

in EcoDebate, 20/09/2016
"A Educação Ambiental como instrumento de serviço do meio ambiente, artigo de Débora Barros Andrade," in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 20/09/2016, https://www.ecodebate.com.br/2016/09/20/a-educacao-ambiental-como-instrumento-de-servico-do-meio-ambiente-artigo-de-debora-barros-andrade/.